março 01, 2011

Novas (mais) medidas de austeridade

Estão pré-anunciadas mais medidas de austeridade.
Nada de imprevisível. 
Sócrates vai fazer tudo para impedir que venha o FMI. Pois isso significará que assumiu o falhanço de tudo o que fez, constituindo a justificação necessária (ao PSD) para uma imediata queda do Governo e eleições antecipadas.
Vai - afinal - fazer tudo o que faria o ... FMI. Que ficará atrás da cortina a orientar.

Daí a exigência de Sócrates em que a Europa se defina, ou seja, que assegure a necessária cobertura financeira desde que ele faça (e vai fazer) o papel de ... FMI.
Claro que esta estratégia não resultará pois as medidas de Sócrates são sempre a de mais receita e nunca menos despesa. E isso não conduzirá o País a lugar nenhum. Tal como não resultariam as do FMI que seriam pouco mais que isso. Simplesmente, estas últimas, trariam com elas a tesouraria necessária para outras opções (já com o PSD).

Que medidas de austeridade?

1)Redução dos subsídios de Férias e de Natal dos funcionários públicos em 25% (outros 25% ficarão para 2012).

2)Aumentos generalizados e substanciais de todos os títulos de transporte (sociais inclusive) de todos os sistemas de transporte público. Eliminando os défices de TODAS as empresas públicas do sector. Regra de crescimento de passivo nulo.

3)Pagamento das devoluções de IRS em títulos de dívida pública apenas revertíveis - sem penalizações - ao fim de 5 anos.

4)O mesmo poderá acontecer com os subsídios de Férias e Natal atrás indicados.

Mas o que tinha de ser feito, também:

1)Aumentar significativamente o ritmo de substituição da actual dívida pública externa por dívida pública interna. Para isso, não servem os Certificados de Aforro. Terão que ser disponibilizados, de forma muito simples, uns quaisquer "Papeis de Aforro" a taxas equiparadas às que o Estado assume ou se financiar nos "malditos" mercados externos.

2)Assegurar que TODAS as empresas pagam o seu IRC a níveis mínimos. Ou seja, que haja uma taxa mínima a garantir, após toda a "ginástica" fiscal - apenas acessíveis às grandes empresas. Aí a esquerda tem razão.

3)A título moralista, impedir que os ordenados dos gestores públicos superem o do Presidente da República. Além disso, tudo é possível, mas através de prémios de gestão. Transparentes.

O que vai suceder?


Sócrates, com mais austeridade, adia a vinda do FMI. Mas o tempo ganho (à espera da ajuda de Merkel) nada lhe valerá. O défice não chegará onde será preciso e, mesmo que chegue, os nossos credores não ficarão satisfeitos com isso. Não haverá "mercados" que cheguem para o que precisaremos. Aí, virá o FMI e, com ele, o dinheiro e (sempre) mais medidas. Eleições e o PSD. Portugal estará bem mais pobre, mas em condições para levantar a cabeça. Noutra direcção, que não aquela que se tomou desde o 25 de Abril... não tem condições para isso.


Finalmente: a recessão. 
É incontornável e faz parte dos efeitos da "cura" que necessitamos. O consumo interno vai cair, os rendimentos médios também. O nível de vida português vai entrar num período longo de "ajuste" (queda) ao qual nos teremos de adaptar. A procura pelo "crescimento" passará a ser uma ideia do passado e ultrapassada. Não acontecerá, nos anos que se seguem, se não aqui ou ali, pontualmente. Pois teremos que passar a viver com combustíveis (muito) mais caros vamos pagar tudo o que devemos ao exterior. O Estado Social continuará a afixar a nossa economia que continuará a perder muita "actividade" (empregos) para o exterior. O desemprego será uma realidade a gerir pois não haverá, simplesmente e naturalmente, trabalho para todos...


http://existenciasustentada.blogspot.com/2010/11/6-desenvolvimento.html?utm_source=BP_recent



Sem comentários: