agosto 19, 2011

China deve introduzir a TSU

O mundo deixou de estar nas mãos dos políticos e passou para as dos especuladores. Se não se mudar isto, esta história só pode acabar mal.”

Como é que chegamos até aqui? A desregulamentação dos mercados financeiros e a globalização são os responsáveis pelo estado em que se encontra o mundo. Por isso, há duas heresias a que é preciso recorrer: regular mais e mais os mercados, sobretudo os financeiros, proibindo muita engenharia financeira que já regressou em força; e travar a globalização para países que não respeitem direitos socais universalmente aceites, introduzindo taxas específicas para produtos oriundos desses Estados.”

Escreveu Nicolau Santos, no último Expresso.

Até concordo com a primeira afirmação. 
É preciso mudar. Caso contrário a história acaba mal. 
Mas a verdadeira história não é a descrita. A história real passa pelo facto do poder dos especuladores resultar, exactamente, das decisões dos políticos. Em gastar mais do que têm, tendo, por isso que pedirem emprestado e assim, colocando-se nas mãos dos referidos. 
A Mudança passará pelo fim dos défices e pela anulação das dívidas. Obrigatoriamente à procura de gestões equilibradas. E isso decidem (e fazem) os políticos. Não os especuladoras. Se os políticos fizerem bem (esse) seu trabalho, não haverá especulador que resista…

Se a regulação dos mercados financeiros é necessária, a verdade é que nos dias de hoje, pode já ser, apenas, uma boa intenção. Uma ilusão…
Assim como a taxa Tobin proposta por Merkel e Sarkosy. Essa oportunidade já lhes terá escapado pelos dedos. Para os paraísos fiscais… 
Tal como a água, ajudada pela gravidade, encontra sempre por onde passar, as transacções financeiras escapam facilmente das taxas que possam ser impostas e encontram sempre alternativas por onde passar.

Ou seja, (senhores políticos) esqueçam o controlo dos mercados financeiros, limitem-se a trabalhar para limitar a sua necessidade e a dependência dos mesmos. Assegurem que não se criam situações onde possam restar riscos sistémicos e isentem os recursos públicos de qualquer possibilidade de intervenção do tipo “salvamento institucional". E se isso acontecer, assegure-se o retorno do que for aplicado.

Quanto à globalização…
Travar a globalização?
Seria como travar o nascer do Sol para evitar os “escaldões” dos incautos, nas praias…
E obrigar a China a implementar seja o que for? Só em sonhos…
À China, neste momento, basta abanar o “tapete” que tem colocado sob o edifício financeiro americano. E todos ficam  em sentido...

Reduzir a TSU em Portugal? Não…É recessivo, precisa de estudos...
Devemos é obrigar a China a adoptar a TSU. Isso sim.
Eheheheheheh É mesmo de morrer a rir...

Aplicar taxas especiais sobre os produtos de países que não “exportam” custos sociais? Será que Nicolau Santos não entendeu que aumentar o IVA e baixar a TSU tem – exactamente – esse efeito?

Os países desenvolvidos terão que se confrontar com a necessidade das despesas sociais se passarem a financiar através do consumo interno. Sai TSU e entra (mais) IVA. Se no passado, na era pré-globalização, quando o comércio global e os mercados mundiais eram incipientes, poderia ser razoável financiar os custos sociais onerando o trabalho (assim, “exportávamos” também uma parte desses custos), hoje o facto desses custos estarem entranhados no preço dos nossos produtos prejudica a sua concorrência no mercado global (nas exportações e no mercado interno) tornando inviável o modelo de financiamento vigente.

A mudança tem uma direcção clara. É nessa direcção e não na inversa (já testada e falhada) que temos que seguir. Nem nos podemos dar ao luxo de, conservadoramente, parar para estudar e avaliar. Não há tempo para isso. Mas terá de ser toda a Europa a seguir o processo. Provavelmente, no tal Governo Económico Europeu, sugerido por Merkel e Sarkozy...

Mudanças, na Europa, está visto, só em consequência de uma rotura... Só nos mexemos mesmo, depois de tudo começar a partir.

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