Quando se contrata um empréstimo,
são considerados três variáveis: valor, prazo e taxa de juro.
Diz-se haver incumprimento quando
uma ou mais das três variáveis não se cumpre. Mas, como é bom de ver há
incumprimentos graves e incumprimentos suportáveis (pelos credores).
Fala-se no incumprimento da
Grécia.
E começa-se a falar em
incumprimento controlado.
Na prática, a Grécia “congelaria” a sua
dívida e iniciaria um período de ajuste de consumo interno baseado em aquisições
ao exterior a “pronto pagamento”.
Para isso, a Grécia decidiria por
uma moratória unilateral (mas
tacitamente aceite pelos credores face à alternativa de incumprimento não
controlado) em que se estabeleceria que não haveria “haircut” mas apenas um
“adiamento” do pagamento da dívida (pagar-se-iam apenas os juros) e um ajuste
das taxas de juro para valores mínimos, de entre os aplicáveis no mercado.
Por exemplo, a cada vencimento de
uma tranche de dívida, a Grécia pagaria apenas os juros e entregaria novos
títulos a taxas de mercado (euribor + uma pequena margem) a 10 anos, sem
prejuízo de pagamento de juros anuais.
Assim se colocaria de lado a
questão da dívida, enquanto se resolveria uma outra questão:
O facto de ser notícia que há centenas de milhares de milhões de euros
com origem na Grécia (poupanças e investimentos) deslocalizados na Suíça e
noutros países refúgio (Reino Unido?) torna evidente a necessidade de criação
de um qualquer instrumento (títulos nacionais geridos por uma entidade supra
nacional) que permita o regresso desses valores ao país, com vista à criação de
condições de tesouraria e ao investimento que se torna, actualmente, tão
determinante na Grécia, no processo de ajustamento que assumiu. Com as devidas
garantias (que hoje não existem) para os investidores e suas poupanças…
O mesmo problema reside hoje, no
facto dos bancos não emprestarem mutuamente. Mas não deixam de depositar os
excedentes no BCE que, por sua vez o empresta…
Mais uma vez e, pela mesma razão,
faltará um qualquer instrumento que acrescente a segurança e a garantia
no que se refere à aplicação das poupanças.
Os Títulos Seguros.
Propostas no blog Existência Sustentada: Dívida | Desenvolvimento | Crise
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