setembro 25, 2011

Grécia, Incumprimento e Títulos “seguros”

Quando se contrata um empréstimo, são considerados três variáveis: valor, prazo e taxa de juro.

Diz-se haver incumprimento quando uma ou mais das três variáveis não se cumpre. Mas, como é bom de ver há incumprimentos graves e incumprimentos suportáveis (pelos credores).

Fala-se no incumprimento da Grécia.
E começa-se a falar em incumprimento controlado.

Na prática, a Grécia “congelaria” a sua dívida e iniciaria um período de ajuste de consumo interno baseado em aquisições ao exterior a “pronto pagamento”.

Para isso, a Grécia decidiria por uma moratória unilateral (mas tacitamente aceite pelos credores face à alternativa de incumprimento não controlado) em que se estabeleceria que não haveria “haircut” mas apenas um “adiamento” do pagamento da dívida (pagar-se-iam apenas os juros) e um ajuste das taxas de juro para valores mínimos, de entre os aplicáveis no mercado.

Por exemplo, a cada vencimento de uma tranche de dívida, a Grécia pagaria apenas os juros e entregaria novos títulos a taxas de mercado (euribor + uma pequena margem) a 10 anos, sem prejuízo de pagamento de juros anuais.

Assim se colocaria de lado a questão da dívida, enquanto se resolveria uma outra questão:

O facto de ser notícia que há centenas de milhares de milhões de euros com origem na Grécia (poupanças e investimentos) deslocalizados na Suíça e noutros países refúgio (Reino Unido?) torna evidente a necessidade de criação de um qualquer instrumento (títulos nacionais geridos por uma entidade supra nacional) que permita o regresso desses valores ao país, com vista à criação de condições de tesouraria e ao investimento que se torna, actualmente, tão determinante na Grécia, no processo de ajustamento que assumiu. Com as devidas garantias (que hoje não existem) para os investidores e suas poupanças…

O mesmo problema reside hoje, no facto dos bancos não emprestarem mutuamente. Mas não deixam de depositar os excedentes no BCE que, por sua vez o empresta…

Mais uma vez e, pela mesma razão, faltará um qualquer instrumento que acrescente a segurança e a garantia no que se refere à aplicação das poupanças. 


Os Títulos Seguros.


Sem comentários: