Um mau sinal.
Uma má leitura dos tempos.
Pois a descida da TSU será incontornável a médio prazo.
Mas, para já, parece que será adiada.
A verdade é que são evidentes as vantagens para a economia. Mas
é também evidente a possível quebra no financiamento do Estado Social.
Sendo aqui que a “porca troce o rabo”. Sempre a salvaguarda do Estado Social tal como está...
Sendo aqui que a “porca troce o rabo”. Sempre a salvaguarda do Estado Social tal como está...
1)Precisamos de reduzir o nosso consumo. Para o adaptarmos à
nossa produção e para podermos libertar recursos para pagar os “excessos” dos últimos
anos.
2)Precisamos de reduzir as nossas despesas. Todas. Incluindo
as sociais. Infelizmente estas despesas têm sido o “motor” do nosso défice. Se não assumimos a necessidade de uma mexida
aqui, não o corrigimos nunca. O que nos conduzirá à falência.
3)Precisamos de produzir mais. O País, no seu todo e nãoos trabalhadores individualmente, com um horário acrescido ou menos dias de férias. Para podermos aligeirar a descida do nível de
vida, no ajuste acima indicado. Mas não basta produzir. É preciso produzir o
que se consegue vender.
4)As exportações têm subido. Felizmente. Mas a subida é
relativa. A base comparável (os números de referência de anos anteriores) é miserável e os défices
comerciais (e outros) mantêm-se demasiado grandes.
A redução da TSU ajudaria a tudo isto:
1)A compensação (subida do IVA) actuaria sobre o consumo. No
sentido da necessária redução. Os produtos nacionais seriam menos
sobrecarregados (em relação aos produtos importados) perante o consumidor final
pois o aumento do IVA poderia ser (algo) compensado com a redução dos custos
sociais com o trabalho. Mas não só: também os bens e serviços nacionais adquiridos
pelas empresas ao longo da cadeia produtiva (nacional) serão mais baratos por
via da baixa da TSU. Na cadeia de produção o IVA é irrelevante (é revertível).
2)Os gastos sociais do País terão que se reduzir também. Esta
redução introduz uma folga na compensação (pelo IVA) necessária que pode ser menor que
a quebra total de receita da Segurança Social provocada pela redução da TSU.
3)Os produtos nacionais poderão ser mais competitivos e
ganhar quotas de mercado (que justificarão o aumento da procura, da produção,
do emprego) caso se apresentem ao mercado sem incluírem, no seu preço (parte dos) os custos
sociais (TSU).
4)As quotas de mercado mais relevantes, a ganhar, são as externas, mas
as internas são também importantes, para
os efeitos pretendidos, no défice e da dívida. Pois mais um euro exportado vale tanto como menos
um euro importado. E este (menos um) euro importado tanto pode ser concretizado através da contenção do consumo como pela respectiva substituição por um euro
produzido internamente (aí, para além dos efeitos no défice e na dívida,
potencializa-se o crescimento da economia e do emprego).
Travar isto resultará apenas no adiar de uma necessidade que
acabará por chegar.
Na mesma. Mas mais tarde, quando tudo estiver pior…
Nesta matéria, parece que a lucidez só se manteve com António Borges e com Martim Avillez Figueiredo. A esmagadora maioria dos economistas, políticos e comentadores na comunicação social não quer ver a realidade: um enorme e crescente Estado Social a rebentar com uma Economia com, cada vez, mais dificuldade em alimentar o monstro.
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