Hoje por hoje, são provas de recursos para a acção social
universitária, para comprar passes nos transportes, para aceder aos serviços de
saúde, para pagar renda mais baixa, para obter o abono de família, para
usufruir de medicamentos mais baratos, para isto, para aquilo…
São documentos de rendimentos, de subsídios, da segurança
social a entregar em todo o lado. Exércitos de administrativos a calcular
escalões e benefícios.
Tudo errado.
Porque não se simplifica, já que se entrou neste modelo?
Cada agregado familiar faria UMA PROVA DE RECURSOS junto à
Segurança Social. A partir desse momento ser-lhe-ia atribuído (e a todos os
seus elementos) um escalão social determinado. E, durante um ano, para todos os efeitos sociais, aquele
contribuinte usufruiria dos benefícios que estivessem estabelecidos para a
condição de recurso que se traduziu no escalão calculado.
É absurdo vermos filas de utentes para entregar papéis com
declaração de rendimentos em n sítios diferentes, para que, nesses n sítios, n
funcionários façam as mesmas n contas (sem se saber bem se chegam todos aos
mesmos resultados).
Este sistema teria outra vantagem grande:
Todos os benefícios sociais obtidos por um agregado teriam
que ficar registados sob os respectivos nºs de contribuinte. Com a finalidade óbvia
dos mesmos se juntarem aos rendimentos e subsídios que, todos juntos, constituirão
os recursos desse agregado familiar.
E porque é de justiça social que se faça
isto?
Porque sabemos bem que há famílias (com a mesma dimensão) cujos
elementos não têm rendimentos do trabalho mas que a soma dos subsídios e dos
benefícios sociais efectivamente usufruídos é superior à de outras que vivem
apenas dos rendimentos do trabalho…
E, se não podemos evitar que a primeira viva a partir de
parte dos impostos e contribuições da segunda, poderemos, pelo menos, considerar
todos (mesmo todos) os recursos – rendimentos do trabalho, subsídios e
benefícios sociais – de ambas, no acto de PROVA DE RECURSOS, para o cálculo do
escalão social de ambas…
Hoje, sabemos bem, muitas famílias, com a mesma dimensão e
tipologia, onde não há rendimentos do trabalho, vivem melhor que outras, que, pelo
simples facto de terem rendimentos do trabalho integrados no seu rendimento
(por parcos que sejam), ficam inibidas de aceder a apoios e benefícios sociais.
E pagam tudo, por tudo.
Seria uma medida de justiça social simples…
2 comentários:
Inteiramente de acordo.
Também me parece que as Juntas de Freguesia podiam colaborar...
Relativamente ao ministério da saúde, penso que os utentes, este ano, não têm que fazer prova dos rendimentos, porque os serviços vão "buscar" os dados às Finanças, como deveria acontecer com todos os outros serviços públicos. Isto se houvesse boa-fé, e se o Estado passasse a confiar nos seus funcionários, especialmente quanto à guarda de sigilo profissional...
Se ficasse reduzido a uma entidade (Segurança Social, com as Finanças) a tarefa de recolha de informação e de escalonamento social de todos os agregados, tudo ficaria e acabaria ali no que se refere à informação pessoal. A partir desse momento, cada agregado teria - simplesmente - um escalão, aplicável em todas as situações em que os benefícios sociais se activassem.
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