abril 29, 2012

Liquidação do empréstimo habitação contra a entrega da casa

Um juiz de Portalegre determinou que uma determinada dação em pagamento da casa ao banco resolveu o empréstimo hipotecário.

A decisão é correta e impede que, perante algumas dificuldades, os bancos possam tomar o bem, vende-lo ao desbarato e ainda manter a pressão sobre o cliente para o pagamento do restante.

Ora, quem entra em incumprimento, à partida, é porque não tem dinheiro. Pelo que não pode rebater a proposta de qualquer um, ao banco, pelo seu imóvel.

Neste processo, criam-se fortes possibilidades de enriquecimento ilícito para o banco, para os funcionários bancários (e “amigos” que compram o bem) e para os compradores que acabam por licitar o imóvel ao desbarato …

Mas teremos a outra face da moeda:

O dono do imóvel, com uma dívida substancial pelo mesmo, agora desvalorizado pela conjuntura, em dificuldades e sem compradores (o mercado está parado) poderá se ver tentado a resolver o empréstimo, entregando o prédio ao banco (entrando ele, em processo de enriquecimento ilícito).

Para este efeito, poderá haver muitos a simular a impossibilidade de pagamento do crédito e colocando imóveis em catadupa nas mãos dos bancos.

Não será fácil resolver esta questão e determinar uma regra clara que evite que só haja solução nos tribunais. Mas há um meio-termo, uma solução salomónica:

1)A “entrega” do bem ao banco será aceitável caso haja um terceiro (encontrado pelo banco) que fique com o mesmo pelo valor da dívida (ou superior). Aí, nada a dizer. O banco poderá executar o imóvel e entregar a mais valia (se existir) ao devedor.

2)Se não houver esse terceiro ou se o mesmo apenas estiver disposto a pagar pelo imóvel uma parte do valor da dívida, então, cria-se o problema que tem solução:

Ou o banco fica satisfeito com o valor e assume a perda (a diferença entre a dívida e o valor da venda) e, mais uma vez, aí, ponto final.

Ou não. Nesse caso, introduzir-se-ia o elemento chave: um valor mínimo a atribuir à venda do imóvel, que será o valor fiscal e notarial do mesmo. O devedor manteria uma dívida no valor da diferença entre a dívida e o valor fiscal e o banco assumiria como perda, a diferença entre o valor fiscal e o valor da venda.

Esta terá sido a decisão do tribunal de Bragança.
Afinal (também) há boa justiça em Portugal.

abril 16, 2012

“Teoria da conspiração”

No que se refere ao emprego, tudo parece estar a ser feito ao contrário.
Num ambiente económico em que o trabalho se deslocaliza continuamente para os países emergentes, reduzindo a sua disponibilidade, tudo apontaria para a flexibilização das regras que definem uma unidade de trabalho, com a finalidade de assegurar uma melhor distribuição desse bem, o mais relevante na nova economia.

A verdade é que há cada vez menos trabalho e nada aponta para que a situação se inverta. Os nossos líderes vão manifestando estranheza em relação aos níveis do desemprego, mas a única estranheza possível é o fato deles estranharem o que era evidente e mais que previsível...

Ao contrário do que seria de esperar - que as unidades de trabalho se reduzissem com o correspondente corte remuneratório - as políticas atuais (sob pressão dos Planos de Ajuste) atuam ao contrário: mais trabalho para alguns (os que conseguem manter o emprego, nas empresas sobreviventes) e muito mais desemprego. Mais horas de trabalho diário, menos feriados, menos dias de férias. Reforma mais tarde. Tudo (aparentemente) ao contrário…

E é aqui que entra a “teoria da conspiração”.

A redução do trabalho disponível, sendo irreversível, atinge cada país (do bloco) desenvolvido de formas e timings diferentes. A verdade é que os nossos “salvadores”, os países do centro e norte europeu ainda têm industria para mais alguns anos, a salvo dos países emergentes. E já entenderam o erro que estavam a seguir no que se refere à mão de obra de baixo custo que estavam a absorver. A sua imigração tinha origem em países cultural e principalmente religiosamente muito distintos dos seus. A França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Finlândia, Suécia, Noruega, etc começam a sentir, “na pele”, esse erro. 

As mesquitas multiplicam-se, bem como outros efeitos colaterais...

Os desequilíbrios culturais e religiosos internos começam a assumir proporções imprevistas no centro da Europa. E, rapidamente, esses países começam com o processo inverso: conter essa origem de imigração (repatriando, inclusive, o máximo possível) usada e abusada nos últimos decénios e abrindo uma nova porta de entrada, a novos imigrantes vindos de dentro da Europa… dos países do Sul (Portugal, Espanha, Grécia, ... Itália). 

Para que esta nova política funcione, três coisas precisam - antes - de ficar garantidas:

1)Que há muito desemprego nesses países.
2)Que o trabalho que "fica" nesses países seja ainda menos bem pago do que actualmente (face ao que pagarão no centro e norte da Europa pelos empregos mais desprestigiados).
3)Que os respetivos dirigentes sejam controláveis e que, por essa via, valorizem publicamente a emigração como alternativa à economia local, em depressão e ao estado de coisas (lamentáveis) que atingem esses países.

O que pode justificar a política seguida. Quanto ao resto, cada um que conclua…

Trabalho qualificado?
Esse, só mesmo nos países emergentes. Pois o acesso a esse trabalho, os países "desenvolvidos" do centro da Europa, guardam para os seus...

abril 09, 2012

Restrições - erradas - à reforça antecipada

Em linha com as políticas e medidas anteriores - erradas - no que respeita ao trabalho, produtividade e emprego, o Governo determinou a suspensão da prerrogativa de reforma antecipada para os trabalhadores do sector privado.

Em princípio, se as regras estão bem-feitas (se não estão, corrijam-nas por favor) e o sistema equilibrado (foi isso que nos venderam há poucos anos atrás) quem se reforma antecipadamente paga essa opção, através de um ajuste no valor a receber. Daí que, retirando o facto do acesso a essa reforma se fazer antecipadamente, não viria daí nenhum mal ao sistema e à sua sustentabilidade.

O problema é que o sistema será - na realidade - um saco roto onde todos os recursos se “esvaem”…

Menos reformas antecipadas significarão (ainda) menos emprego para outros. Nomeadamente para os jovens. Pois os empregos manter-se-hão ocupados por mais tempo. 

E tudo isto em linha com as outras medidas - erradas – tomadas antes e que concentram (aumentando até) o cada vez menos trabalho disponível em cada vez menos pessoas.

Depois, assistimos à troika a manifestar estranheza quanto à evolução dos números do desemprego. Ora, estranheza haverá se dentro de alguns meses não estivermos a roçar os 18% e a caminhar para um panorama “espanhol” no que respeita a esta matéria.

E seguem este caminho iludindo-se com o facto destes - cada vez - menos trabalhadores que se mantêm empregados, passarem a produzir mais, pelo mesmo rendimento. A verdade é que o País, no seu todo nada ganha com isto. Pois, havendo menos trabalho disponível, de nada adiantará que uns quantos sejam sobrecarregados enquanto cresce o exército dos desempregados.

Tudo aponta para que seria uma muito melhor solução (inversa da actualmente seguida) em que o trabalho disponível seria melhor distribuído. Com o devido ajuste remuneratório

Sem necessidade de haver menos feriados, menos férias, mais horas e dias de trabalho. Reformas mais tardias e impedimentos na sua antecipação. Apenas trazendo mais gente para a produção, distribuindo o trabalho de forma mais justa…

abril 07, 2012

Regresso aos “mercados”

Já escrevi, aqui, por várias vezes que não haverá qualquer regresso aos mercados, pelo menos, nos termos do nosso passado recente. O caso da Grécia eliminou qualquer possibilidade de isso acontecer. 

Nenhum investidor colocará um cêntimo no refinanciamento de dívidas públicas. Principalmente quando estas são “grandes”. E são grandes em quase todo o universo dos países desenvolvidos.

Assim, não só Portugal não terá quem invista na sua dívida, como o mesmo acontecerá com muitos Países desenvolvidos, nos próximos anos.


O PS confundiu querer com ter a certeza. Todos queremos, mas temos dúvidas.

Mas pior, o PS colocou o “regresso aos mercados” como o objetivo da austeridade e a meta central para o País. E pergunta para que são os esforços a que estão sujeitos os Portugueses se não conseguiremos regressar aos mercados naquela data…

Ora, senhores socialistas, estão mesmo às aranhas.

A austeridade e os esforços a que nos sujeitamos todos não têm como objetivo o regresso aos mercados. Destinam-se a reequilibrar o País depois de anos e anos dramáticos de desgoverno. Destinam-se a equilibrar as nossas contas (públicas e não só) e a nos colocar em linha com o que temos e produzimos. É esse o objetivo dos esforços que fazemos.

A verdade é que se chegarmos a esse objetivo, o regresso aos mercados será uma consequência e nunca um fim. E a diferença é fundamental: é que, se nos equilibrarmos orçamental, económica e financeiramente, os mercados serão pouco ou nada relevantes… pois não precisaremos deles para nada.

Estarão para o País como uma casa de penhores está para uma família com o seu orçamento equilibrado. Estão lá e sempre disponíveis. Mas apenas para as eventualidades…

O Gadget que eu espero - 2

Já vem a caminho. Está cada vez mais perto.

Será um “comunicador” que reunirá, num único aparelho, as capacidades básicas de muitos equipamentos, hoje utilizados isoladamente.

O aparelho nuclear será muito parecido com um SAMSUNG NOTE. É a dimensão certa e funcionará isoladamente para muitas tarefas.

Será um equipamento com um processador potente, comunicações de vários tipos.
Resistência aos choques, poeiras e impermeável. Tal como as câmaras DSC TX10 da SONY

Assegurará fotos e vídeos HD. E terá capacidades de emitir streaming de vídeo e som para a internet (e não só), a exemplo do que já se faz, embora em qualidade ainda insipiente, via JUSTINTV (aguardamos um serviço semelhante no YOUTUBE) e outras ofertas do tipo.

Este “comunicador” será o coração de outros equipamentos.
No carro, será colocado num espaço próprio, assumindo o papel de assistente de viagem (liga-se ao sistema de som e a um ecrã táctil proprietário da viatura).

A exemplo do ASUS PADFONE, transforma-se, com facilidade num TABLET. O aparelho resultante terá todas as funções necessárias a aparelhos deste tipo, assegurando a manutenção das funções de comunicação do sistema base. Acrescenta-lhe um ecrã de 13 polegadas de alta definição, uma bateria de reforço, capacidade de disco e ligações ao exterior (por exemplo, ligação à TV lá de casa).

Ligações a um teclado e um rato transformam o PAD em PC.

O que, aliado ao novo WINDOWS 8, poderá constituir uma mais-valia brutal para a MICROSOFT, juntando o PC que todos conhecemos a todas estas funcionalidades.

Pois será possível fazer com este “comunicador” – e bem - tudo o que atualmente se faz com meia dúzia de aparelhos.

Telefones, Camaras, GPSs de todo o tipo (viatura, desporto), ipods, tablets e PCs. Tudo num único “comunicador”, encrustável no carro, no ecrã do TABLET e com um sistema operativo que garante o seu uso como PC.

Poderemos fotografar e filmar na praia e dentro da piscina, sem grandes problemas em caso de queda. Poderemos fazer “jogging” ouvindo rádio ou música e, ao mesmo tempo, controlando por GPS, a velocidade e os quilómetros percorridos. No carro, liga-se ao ecrã e sistema de som, garantindo todas as funções de assistência à viagem.

Permitirá a leitura de e-books e da imprensa diária, incluindo o acesso aos canais de TV de todo o tipo. Poderemos até emitir o nosso próprio streaming para qualquer efeito.

Finalmente, será também o nosso PC. A funcionar localmente ou sobre a nuvem.