abril 16, 2012

“Teoria da conspiração”

No que se refere ao emprego, tudo parece estar a ser feito ao contrário.
Num ambiente económico em que o trabalho se deslocaliza continuamente para os países emergentes, reduzindo a sua disponibilidade, tudo apontaria para a flexibilização das regras que definem uma unidade de trabalho, com a finalidade de assegurar uma melhor distribuição desse bem, o mais relevante na nova economia.

A verdade é que há cada vez menos trabalho e nada aponta para que a situação se inverta. Os nossos líderes vão manifestando estranheza em relação aos níveis do desemprego, mas a única estranheza possível é o fato deles estranharem o que era evidente e mais que previsível...

Ao contrário do que seria de esperar - que as unidades de trabalho se reduzissem com o correspondente corte remuneratório - as políticas atuais (sob pressão dos Planos de Ajuste) atuam ao contrário: mais trabalho para alguns (os que conseguem manter o emprego, nas empresas sobreviventes) e muito mais desemprego. Mais horas de trabalho diário, menos feriados, menos dias de férias. Reforma mais tarde. Tudo (aparentemente) ao contrário…

E é aqui que entra a “teoria da conspiração”.

A redução do trabalho disponível, sendo irreversível, atinge cada país (do bloco) desenvolvido de formas e timings diferentes. A verdade é que os nossos “salvadores”, os países do centro e norte europeu ainda têm industria para mais alguns anos, a salvo dos países emergentes. E já entenderam o erro que estavam a seguir no que se refere à mão de obra de baixo custo que estavam a absorver. A sua imigração tinha origem em países cultural e principalmente religiosamente muito distintos dos seus. A França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Finlândia, Suécia, Noruega, etc começam a sentir, “na pele”, esse erro. 

As mesquitas multiplicam-se, bem como outros efeitos colaterais...

Os desequilíbrios culturais e religiosos internos começam a assumir proporções imprevistas no centro da Europa. E, rapidamente, esses países começam com o processo inverso: conter essa origem de imigração (repatriando, inclusive, o máximo possível) usada e abusada nos últimos decénios e abrindo uma nova porta de entrada, a novos imigrantes vindos de dentro da Europa… dos países do Sul (Portugal, Espanha, Grécia, ... Itália). 

Para que esta nova política funcione, três coisas precisam - antes - de ficar garantidas:

1)Que há muito desemprego nesses países.
2)Que o trabalho que "fica" nesses países seja ainda menos bem pago do que actualmente (face ao que pagarão no centro e norte da Europa pelos empregos mais desprestigiados).
3)Que os respetivos dirigentes sejam controláveis e que, por essa via, valorizem publicamente a emigração como alternativa à economia local, em depressão e ao estado de coisas (lamentáveis) que atingem esses países.

O que pode justificar a política seguida. Quanto ao resto, cada um que conclua…

Trabalho qualificado?
Esse, só mesmo nos países emergentes. Pois o acesso a esse trabalho, os países "desenvolvidos" do centro da Europa, guardam para os seus...

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