abril 18, 2013

Porque são mentirosos?

E nos fazem de burros?
Os secretários de estado, em conferência de imprensa, continuam a falar num impacto de 1,3 mil milhões no défice, a partir da decisão do Tribunal Constitucional. E apontam para compensações nesse valor através de cortes na despesa.
Se a despesa crescerá naquele valor, a verdade é que metade voltará em impostos. Afinal estamos a falar de remunerações de funcionários e pensionistas. De imediato, um quarto voltará ao Estado através de IRS retido e, logo de seguida, outro quarto, através de IVA e IRC, pelo consumo que aqueles valores vão originar (são remunerações que acabam forçosamente em gastos básicos, no reequilíbrio dos orçamentos familiares).
Assim, o impacto na despesa será aquele, mas o impacto no défice será muito inferior.
Se os cortes indicados no funcionamento (não em remunerações) for de 600 milhões (mais uns milhões ou não) estará o problema resolvido. Outros 600 milhões (mais uns milhões ou não) terão outros destinos e outras justificações. Nomeadamente, cobrindo uma parte das "derrapagens", "desvios", "despistes" e "descontrolos" do Ministério das Finanças que, assim, se esbatem através deste artifício e bode expiatório (decisão do Tribunal Constitucional).

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