junho 04, 2013

Consenso, crescimento e emprego

É isto que procura Tozé Seguro. Dizem.
Como é evidente, não encontrará nada de útil.

Mudança, ajustamento e trabalho.
Isto sim. É o que precisamos.

Com consensos não haverá decisões. Pelo menos, decisões úteis. Consenso é palavra já gasta. Lembra Guterres e o caminho para o pântano. Um caminho inevitável para quem não é capaz de mudar, permanentemente à procura de consensos. Principalmente com a esquerda...

Crescimento é a impossibilidade mais clara no futuro próximo, nos países desenvolvidos. Para todos eles com excepções limitadas aos que possuem reservas naturais energéticas passíveis de exportação. 
O Mundo até pode crescer, mas os países emergentes vão ocupar todo esse espaço e mais algum. Esse processo de convergência conduzirá inevitavelmente os países desenvolvidos a uma recessão (normal) nas suas economias empoladas. Que vivem há muitos anos (e parece que não querem saber) numa “bolha” (qualidade de vida, consumo e estado social) prestes a explodir. 

Este estado de coisas - já actual - de ajustamento (em baixa) irreleva as teorias económico-financeiras dos últimos anos. Que se sustentam, todas, sem excepção, num crescimento que já não voltará (ou que será demasiado caro para ser conseguido através de intervenção estatal) ao se ter atingido o topo de um esquema piramidal típico de Ponzzi.

O custo do crescimento por via de mais despesa do Estado (7 ou 8% do PIB) suportado por mais défice, a pagar num futuro próximo - para se obterem ganhos de 1 ou 2% na economia, não só constitui um negócio ruinoso para as gerações seguintes, como elevará ainda mais os níveis de expropriação da economia pelo Estado - através dos impostos - bem acima dos máximos sustentáveis (da economia). 

O ajustamento também se terá de fazer por aqui mas, redimensionar o Estado não é tarefa a que a esquerda se possa abalançar. Pois está contra a sua genética. O problema de Portugal é que este Governo travestiu-se de liberal e manteve políticas socialistas (desenhadas no Memorando de Entendimento de Sócrates através de metas que exigiam - veio a se confirmar - medidas bem mais gravosas que as preconizadas), conseguindo levar o Estado ainda mais longe do que os próprios socialistas sonhariam, eliminando todo o "capital" de intervenção liberal que ainda restava...

Finalmente, o emprego. 
Ora, sem trabalho suficiente, não haverá emprego. A não ser que...

Criar emprego sem trabalho significa mais um rombo na economia pois são necessários mais impostos para pagar esses empregos “criados” ou, em alternativa, mais défice e mais dívida. Assim, alguém terá que pagar (impostos) ou emprestar (e teremos que pagar no futuro) para se criarem esses empregos que não se pagam a si próprios.

Não precisamos de empregos. Precisamos de trabalho. E esperar pelo crescimento é, no momento presente, uma ilusão e uma atitude sebastianica.

Pelo que, nada mais haverá a fazer: precisamos mesmo de novas soluções. Que passam pela redistribuição do (pouco) trabalho existente e que não irá crescer pela certa (pelo menos para ocupar o excedente do quantitativo aceitável de desempregados), com vista a níveis de desocupação entre os 4 e os 8%. 

E como fazer isso? Simples: através da redução do trabalho adstrito a cada emprego com o corte proporcional do respectivo rendimento. Um processo simples de partilha do maior e mais relevante factor económico nos próximos anos, nos países desenvolvidos, que entrarão num longo período de ajustamento persistente: o trabalho. Sobre esta proposta ler pormenorizadamente aqui.

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