novembro 26, 2013

Agora, a fase dois

Fase 1
Estão validadas (constitucionalmente) as 40 horas de trabalho semanal na função pública.

Fase 2
Agora, virão recusados os cortes remuneratórios... (uma no cravo outra na ferradura).

Como o País (e o Governo) não tem dinheiro para pagar o défice que se gera, terá que vir para o terreno o plano B.
Que é simples: redução de 15% (em simultâneo) do tempo de trabalho e do ordenado dos trabalhadores da função pública. Todos passarão a trabalhar 34 horas semanais com um corte de 15% do ordenado. Salvaguardando (nos cortes horário e de ordenado) quem ganha próximo do ordenado mínimo, impedindo reduções para níveis inferiores a este. 
Assim, já não haverá corte remuneratório efectivo pois o pagamento/hora fica intocável. O Tribunal de Contas não terá nada para analisar e o Governo chegará aos níveis de despesas possíveis.

Quanto às pensões que hoje se atribuem, com o corte previsto, haverá uma quebra nas expetativas contratadas, mas, na realidade, esse contrato era impossível. Pois não há, nem houve, descontos que o viabilizassem. Não sendo possível utilizar o esquema acima indicado (menos trabalho, menor pagamento) só uma taxa de solideriedade poderia colocar as coisas no sítio certo. No entanto, aqui, as coisas são mais complicadas. Pois os reformados vão entender que dispõem de "direitos adquiridos". Mesmo que à conta e pala das gerações seguintes. Que estão a trabalhar para eles e para as suas reformas mas não vão ter contributo igual, para si, no futuro.

Um problema criado pelas "cigarras socialistas" que geriram o País no passado recente e que, agora, é uma "bomba social", de (indi)gestão de sobreexpectativas,  nas mãos de todos nós...

novembro 22, 2013

Saem a bem ou à paulada

Democracia de esquerda.

Bem mal vamos quando um ex-presidente da República, exarceba a sua revolta pela derrota que obteve nas eleições presidenciais com incentivos à violência.
Mas, claro, vindo da esquerda, tudo se perdoa...

Não se espera que se entenda que a austeridade e os sacrifícios são a consequência de políticas de esquerda, que distribuiram durante anos o que tinham e o que não tinham (pediram emprestado) criando uma vida de ilusão no País. A estória da cigarra e da formiga. Conhecem?

Este Governo (que não está livre de crítica) faz o papel dificil da formiga. Com uma diferença: a formiga trabalhava para o inverno seguinte. Esta "formiga" trabalha para os invernos passados, de gestão "cigarra"...

Vamos ouvindo jornalistas, comentadores e activistas "cigarras" serem contra as políticas de austeridade. Que não tiveram sucesso. A verdade é que, o maior medo deles é que as coisas virem e tudo se comece a ajustar. A dívida, em crescimento galopante criada pelo PS começa a estabilizar. O défice público já está a metade. O desemprego cresceu mas estabilizou (é preciso fazer aqui mais qualquer coisa) e a economia está a dar sinais positivos. As balanças comerciais melhoraram para níveis nunca vistos e reaprendemos a exportar.

A esquerda treme e dá sinais de intranquilidade. Como é usual, antes que o povo comece a sentir essa mudança positiva, lá vêm os tiques revolucionários: a violência sempre foi recurso válido na sua "democracia".

A formiga sabe que tem que trabalhar e ser austera no seu dia a dia. Não significa que goste de fazer isso. Faz, para garantir a sua estabilidade futura. Não conta com o trabalho dos outros para isso.

A cigarra esquece tudo isso. O futuro acontece... no futuro. Logo se vê. Haverá sempre por perto - conta ela - uma formiga que, à paulada, tenha trabalhado e amealhado o suficiente para resolver a questão.

O problema de hoje? O que acima se referiu. Esta formiga está a trabalhar para pagar os desvarios dos invernos passados. Não há nada no armazém para garantir os tempos que se seguem. Só podemos contar com ... a troika. E essa ajuda vem com ... sacrifícios. Não se quer a troika? Então, teremos que ajustar de uma vez só:  em vez de passar de um défice de 5,5 para 4, passamos imediatamente para zero. Pois, sem troika, ninguém nos empresta a parte que gastamos e não produzimos (o défice). É isto que defendem os não austeristas?

novembro 12, 2013

A culpa é sempre dos outros

Há uma corrente de opinião que coloca o ónus dos problemas que vivemos nos dias de hoje, na alta finança, nos mercados financeiros e nos seus tentáculos, os bancos. Um enorme polvo que nos aperta até ao tutano.

É certo, sabido e reconhecido que esse polvo usa e abusa dos ingénuos que não acreditam no livre arbítreo e na boa conduta.

A verdade é que todos esses financeiros usaram e abusaram das lideranças democráticas dos fracos países do Sul europeu. Estes, na ansia de ganhar eleições, prometeram e cumpriram. Elevaram as suas despesas à estratosfera (bem além das suas possibilidades) recorrendo, para isso, à alta finança internacional. Esta, simplesmente, emprestou até onde achou possível, até ao ponto onde, a partir daí, entendeu ser arriscar demais para ver o seu dinheiro de volta...

Dessa forma, as lideranças “cigarras” do Sul fizeram subir o nível de vida das suas populações de uma forma totalmente ilusória (com dinheiro emprestado) e criaram a ideia falsa que aquele era um nível de vida ao qual as populações votantes tinham direitos estabelecidos (o que também "entende" a nossa Constituição).

É verdade, também, que os “judeus” usurários da alta finança ganharam e ganham muito com esta situação. Mas o muito é muito relativo. É muito para eles, mas apenas uma pequena parte da montanha da dívida. Ganham taxas, comissões, prémios e juros. E também, corromperam. Mas um pouco de muito é sempre muito quando dividido por poucos.

É sempre relativo esse valor. Serão alguns pontos percentuais da enorme dívida acumulada. Pois a esmagadora maioria dos dinheiros emprestados veio mesmo para a economia. Obras públicas (rotundas e túneis), serviços públicos (comboios, metro, rodoviária), ordenados, pensões e subsídios. Todos eles com um sobre-valor com origem em empréstimos. Que somados constituem um défice que, por sua vez, ano após ano, cria e acumula uma dívida. Que arrasta, com ela, juros que consomem e pesam nos orçamentos de Estado.

Resta falar sobre o lívre arbítrio.
Podemos ser “cigarra” ou “formiga”.
Podemos ser drogados e a culpa disso não é do traficante. Apesar de ser do interesse do traficante que o drogado consuma e leve outros a consumir. É garantia de negócio futuro.
Podemos ser alcoolicos e não atribuir culpas ao barman.

Pedimos emprestado e assinamos os contratos. 
Demos a ganhar a quem nos emprestou. Mas não é possível, agora, colocarmos as culpas todas em cima dos credores (as cigarras socialistas que sabem dividir o bolo muito bem, mas não fazem ideia como criar esse bolo) e de quem nos empresta hoje (o que mais ninguém faz), a juros que mais ninguém cobra : a troika.

E que fique claro: entendo que há ladrões a culpar (exemplo BPN) e líderes a julgar (exemplo Sócrates). Mas todos nós vivemos acima do que era possível com base naquilo que nos deram (ordenados, pensões, subsídios, obras públicas, serviços públicos subsidiados), com custos bem acima do que produziamos.

E hoje, pagamos por isso.

novembro 08, 2013

Que palavra não entendem? Não há dinheiro!

O que não percebe a oposição, a imprensa e os indignados de rua?

Vivemos em défice. 
Gastamos mais uns X mil milhões de euros para além do que recebemos.
Como gastamos de mais, precisamos de pedir emprestado. Pelo menos esse valor...

Quem nos empresta? Ninguém.
Ou melhor, sim. Empresta-nos a troika.
Troika RUA!
Rua? Mas porquê? Porque estão a nos impor austeridade.
Troika RUA!
Mas como? Eles emprestam-nos o valor em défice, para que possamos sustentar as nossas despesas (escolas, hospitais, justiça, exercito, mas também o serviço da dívida acumulada). 
Para isso (para nos manterem esses empréstimos) pedem-nos que se reduza o valor do défice (aquilo que gastamos a mais) ano após ano pois não estão para nos emprestar mais, a quem não consegue dosear os gastos.

Vivemos em défice. Gastamos mais uns X mil milhões de euros para além do que recebemos.
Claro que a austeridade já teve efeitos. Porque com Sócrates gastavamos 2 vezes X mil milhões...

Ao gastar tudo isso, para além do que tinha, sustentou o facto pedindo emprestado. Claro que, nessa altura Portugal tinha crédito. Bastava pedir emprestado.

Hoje pagamos em juros, por esses empréstimos, aproximadamente o valor do défice.
Sem essa dívida (que nos permitiu viver à grande – e não sabíamos - nos anos da cigarra socialista) os nossos juros seriam MUITO inferiores e o nosso défice curto. Tinhamos crédito e não estava cá a troika. A austeridade necessária seria infima em relação à actual.

A verdade crua e dura é que não há uma crise. Não vamos passar por ela e voltar aos bons velhos tempos.
Há um ajustamento em baixa.
O governo não está a cortar. 
Está simplesmente a dar aquilo que lhe emprestam. 
E a alternativa é ter ainda menos... ou nada.

Tivemos um governo cigarra que gastou o que tinha e, de forma displicente, o que não tinha. E foi muito. Não nos colocou à beira do precipício. Colocou-nos em queda livre...

Temos um governo formiga que ainda nem conseguiu lidar com o crime de lesa pátria da cigarra socialista. Conseguiu abrir o para-quedas. Mas, pouco mais...

Aquele foi criminoso. Este está a ser, talvez, incompetente.
O talvez salvaguarda a possibilidade da tarefa poder ser impossível.

O que não percebe o Governo?

Que está a seguir direções erradas em algumas matéria determinantes.
A mais grave prende-se com a gestão do trabalho disponível (as outras são ao nível dos cortes nas pensões, IVA no turismo e orientação no referente aos impostos).

Que qualquer crescimento que aí possa vir será mínimo e muito relativo. Que será suportado facilmente pela capacidade produtiva já instalada e pela inovação e novas tecnologias. E que, por isso, o desemprego alto se manterá.

E só não crescerá mais porque se manterá-crescerá a emigração...
A saída do país em massa, principalmente dos jovens.

O que consiste noutro crime de lesa pátria. Este actual.
Não é possível mantermos as políticas que levam, porta fora, o nosso futuro.
Jovens formados (com recursos nossos) que levam com eles as crianças (presentes e futuras, nascidas ou por nascer) que sustentariam nos anos vindouros, tudo o que se possa pensar em Portugal: economia, sociedade, produção, sistema de suporte social...

O Estado tem uma folha salarial elevada?
O Estado é grande de mais?
Há muito défice?
Há muitos desempregados?
Muita subsidiação social?
Há muita emigração?
Estamos a “sangrar” com a saída dos jovens?


O Governo (este) faz o contrário: mais horas, mais dias, menos feriados e férias, reformas mais tardias. Menos rendimentos, mais subsídios e desiquilíbrios sociais, mais indignados nas ruas.

Com tanto desentendimento, para onde nos viramos?

Para a cigarra? para a formiga incompetente? Estamos de mãos atadas. Não temos soluções em cima da mesa.