setembro 21, 2015

PS e Costa : argumentos e chavões

São demasiado básicas e demagógicas as matérias que corporizam os chavões do PS com vista à conquista dos indecisos nas próximas eleições.

Sinceramente, o PS arrisca-se a perder muitos dos votantes aparentemente já conquistados. Isto porque os argumentos utilizados são tão desesperados como assustadores para quem tenha alguma (mínima) capacidade de pensamento.

Vejamos:

1)O PSD chamou a troica. Devem estar a brincar. Mas o assunto é demasiado sério para ter piada. Só por dizer isto, devia levar uma sova a 4 de Outubro. Merecia.

O PS levou o País à bancarrota. Chegamos a 2011 sem dinheiro, com um défice de 10% do PIB (o Governo gastava mais 20% do que conseguia cobrar) e várias tranches da dívida pública venciam-se nos meses seguintes. Ninguém nos emprestava nada, estavamos no "lixo" para os investidores internacionais. Precisavamos de dinheiro para mantermos as coisas à tona. Quem nos emprestava? A referida troica (FMI mais os nossos parceiros europeus). Havia alternativa? Não. Quem nos levou à troica? O PS. Quem a chamou? O PS. Quem desenhou o memorando? O PS. O que fez o PSD? Manifestou a sua concordância pelo empréstimo que evitou a rotura, tendo até assumido (como partido maioritário da oposição e futuro governo) as responsabilidades de cumprir com a tais metas contratadas pelo PS mesmo se tendo confrontado (mais tarde) com a insuficiencia das medidas elencadas (o que levou ao conhecido ir além da troica).

2)A coligação empobreceu o País. Mais uma brincadeira sem graça.

O PS governou anos em defice galopante. Ou seja, gastando, distribuindo e dando o que pedia emprestado. Como acontece sempre, chegou o dia que mais ninguém lhe emprestou dinheiro ... e, para safar as coisas, veio a troica. 

A riqueza anterior era falsa. Resultou de dinheiro que não tinhamos. VIviamos melhor, mas com dinheiro emprestado. E chegou o dia de o pagar. De "vir à terra", de voltar aos níveis de vida que podiamos ter, com o dinheiro que criavamos. Com a agravante de termos que cair ainda mais, pois havia uma dívida a pagar. O que gastamos a mais ontem era a verdadeira razão dos cortes de hoje. 

Pelo que não empobrecemos coisa nenhuma. Deixamos apenas de fazer vida de rico com o dinheiro que não tinhamos. Mas não pudemos voltar a gastar apenas o que produziamos. Não. Tivemos que nivelar ainda mais por baixo pois tinha sido criada uma dívia - a pagar.

3)A coligação não reduziu a dívida. Até a aumentou. A coligação foi para além da troica. Aumentou impostos e cortou, demais, onde não devia. Mas, afinal, onde ficamos?

Como é possível repetir e insistir numa afirmação tão contraditória como esta?
A coligação, a muito esforço (da população) baixou o défice de 10% para 3%. A caminho dos 0%. Se seguisse as políticas defendidas pelo PS (as mesmas que levaram o País à ruína em 2011), o défice estaria muito mais alto e a dívida dispararia... E, mais uma vez, ninguém nos emprestaria e... troica outra vez.

Aumentou a dívida? Claro. Enquanto há défice (e há défice quando se gasta mais do que se recebe) a dívida aumenta. Os doutos economistas do PS não explicaram isto a Costa?

Para o PS a coligação peca por ter ido além da troica (reduzindo o défice e estancando o crescimento da dívida, assegurando que pelo menos tinhamos o dinheiro da troica) mas também peca por ter aumentado a dívida... Ora, uma contradição total.

4)Crescimento económico é que salvará tudo isto. Baseado na procura interna...

Como é possível, nos dias de hoje, acreditarmos numa falácia deste tipo. Crescimento económico? Procura interna? Mas como? Com que dinheiro, se não produzimos? Com empréstimos? E logo depois quando for necessário paga-los?

Só há crescimento económico com aumento de produção transacionável. Acreditar que o consumo interno poderá garantir isso é um pressuposto que nos levará de novo à troica. O consumo interno logo garante mais importações. E mais défices (desta vez comerciais). Não tem sentido lançar dinheiro para garantir consumo interno quando esse consumo acaba no exterior.

Há sempre uma cigarra para suceder às formigas. Uma cigarra que acredita que há ou houve uma formiga que se precaveu pelo que pode bem se divertir à beça...
Há sempre um socialista que acha que alguém produziu e tem o que ele precisa para distribuir por quem não produziu.
E como, hoje, nas democracias ocidentais os subsidiados sociais (antes era a classe média trabalhadora) são quem ganham as eleições, estamos lixados...

Dias duros. Para Portugal e para as democracias ocidentais à conta de esquerdas tão irresponsaveis. Até que se entenda o que está em jogo (o fim do crescimento económico tal como o entendiamos) só damos passos firmes para o abismo.

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