outubro 23, 2015

As virgens ofendidas

Ontem, a Frente Comum de esquerda falava de veto presidencial. Não ouvi nada disso da boca de Cavaco.
Entendi que a sua única opção, ontem, só podia ser Passos Coelho. Porque ganhou as eleições e porque Costa não lhe apresentou (não apresentou a ninguém) qualquer sustentação forte e evidente para um governo da Frente Comum de Esquerda que (blefam eles) poderia ser, ontem, opção de Cavaco.

Para além da falta de concretização do acordo de governo à esquerda, Cavaco elencou outras razoes (do seu ponto de vista) que apontam para a fragilidade de um governo “desse lado” mais a mais sem acordos concretos.

Esta reação é típica e clara. Costa e o PS entende (e quer) o adiamento da sua indigitação para continuar a pressionar o Bloco e a CDU no sentido de uma maior aproximação (á realidade). Coisa que será impossível pois o BE está “por cima” e porque à CDU apenas interessa apear a direita do governo.

Claro que, sendo assim, a decisão de Cavaco, ontem, apenas poderia ser a tomada.

Agora, o PS terá que assumir. Ou está com Costa rumo ao descalabro (levando com eles o País) ou descarta-se já.

O BE quer o poder e vai lá chegar. Levará exigências que o PS não terá força para recusar. E serão essas exigências que arruinarão o País levando-o à bancarrota de novo. Das cinzas restará o Centro-Direita para recuperar, de novo, o País, à grega, com austeridade reforçada (serão 4 anos perdidos, um de desbunda e três de mais sacrifícios) e a CDU que retirará o tapete (e os dividendos) logo que o PS e o BE estejam bem “secos” (na ressaca da bancarrota) com vista a novas eleições dentro de um ano.

PS: as avoilas deste mundo já estão a aligeirar exigências e a aceitar a vigência e arrastamento de situações que antes eram inconstitucionais, ilegais e de revogação imediata. Coisas que só acontecem quando a esquerda iluminada tem perspetivas de mandar…

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